quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Archive - Controlling Crowds



Hoje resolvi escrever sobre a anedota em que se transformou o “Mundo”, a sociedade global e falar de merdas que não interessam a mais de 3 ou 4 pessoas!

Não me vou preocupar em estabelecer critérios rígidos sobre a forma como digo as coisas nem as vou fundamentar demasiado. Em primeiro lugar porque não me apetece, em segundo porque não quero lançar o pânico entre os mais conformados ou cépticos. Se alguém se quiser dar ao trabalho, deixo ao vosso critério aceitar, interpretar ou criticar os meus devaneios mais ou menos inconscientes ou então provocados por um elevado grau de alcoolismo no qual me encontro habitualmente.

Nos últimos dois dias expus-me a um sacrifício extremo que me criou um estado de depressão profundo, um sadismo quase indescritível e até condenável do ponto de vista do bem-estar humano…

Vi um telejornal até ao fim…

Por norma evito estar muito actualizado pois assim tenho sempre a eterna desculpa da ignorância mas neste momento não me posso refugiar nela para me descartar de falta conhecimento do estado actual das coisas. O grande problema não é estar informado, o meu grande problema é ver ao ponto a que as coisas chegaram!!
Será que neste País (apesar de ser um problema global) não há ninguém com projecção mediática minimamente inteligente para dizer alto e bom som o que está a acontecer?!!

Soube, entre outras, que os dois maiores sindicatos do País se vão unir numa greve geral. Ora, isto para a maioria dos comuns mortais (sim, sou presunçoso ao ponto de me julgar à margem da maioria da população mundial, já estou como o outro, sou “especial”) seria algo fantástico pois significaria que o ponto a que as coisas chegaram impõe que haja uma união ainda mais abrangente que permita criar uma força de bloqueio “ao governo e às suas políticas”. Para mim isto não passa de pura hipocrisia.

A meu ver os sindicatos foram criados com um fim específico, controlar as multidões (daí a música que acompanha este texto). No momento em que são divulgadas medidas contra os trabalhadores de uma forma geral, ou contra algum sector em particular, lá vêm os sindicatos acalmar os ânimos!
“Não se preocupem que nós tratamos disso!”
E convoca-se uma greve (demasiado pacífica) que na prática só serve para prejudicar ainda mais a produtividade nacional e manter com rédea curta as massas.
O papel dos sindicatos é claro, enriquecer à custa do poder negocial que ganharam junto dos governos (eu vejo isso como pagamento de um favor), refrear os ânimos e controlar as massas como o pastor faz com o seu rebanho.

Sim, porque neste meu contacto com os telejornais vi que noutros Países onde não são tomadas medidas tão austéras há motins e revolta por “apenas” uma ou duas medidas de austeridade! Somos um povo demasiado brando e pacato. O que até seria bom se tivéssemos no “poder” pessoas capazes de sensibilizar as pessoas para uma realidade que não é de longe aquela que nos é vendida!

Só quem anda literalmente a dormir é que não percebe que o sistema financeiro está à beira do colapso, os ciclos de consumo estão no limite, os recursos naturais escasseiam e não há forma de contornar isso. A solução é simples mas impraticável pois a globalização impede-o.

É muito salutar a aproximação dos povos, de culturas e a evolução permitiu-nos alargar os nossos horizontes ao ponto de nos movermos sem grande dificuldade por 70 ou 80% do planeta. Mas que não se espere que daí não advenham consequências graves!

E uma delas está à vista e para breve. A bancarrota de um País (ou vários) em prol da evolução, de um bem maior chamado União Europeia! Aliás, em alguns Países isso já sucedeu e, como peças de dominó, muitos mais vão continuar a cair!

Andamos a pagar a agricultores para deixarem de produzir, as nossas crianças não fazem ideia de onde vêm os alimentos nem como cultivá-los. Quando se acabarem nas prateleiras dos hipermercados ou estiverem a um preço proibitivo (e que ninguém tenha dúvidas que mais tarde ou mais cedo isso vai acontecer) iríamos desejar saber mais umas coisas sobre o assunto!
Neste momento há vários Países que não têm capacidade de se auto-sustentar, naturalmente Portugal é um deles, e como disse há tempos um ministro numa intervenção na sede das Nações Unidas “…produzam, porque num momento de crise nenhum País virá a correr para vos matar a fome…”

Ou se começam a limitar as importações, que para além de contribuir para diminuir a dívida externa (que é um dos principais problemas do País dado as subidas das taxas de juro) iria obrigar a uma maior produção nacional = menos desemprego = menos carga fiscal = a maior qualidade de vida, ou então estamos condenados a uma escravidão completa de meia dúzia de organizações todo-poderosas que neste momento tentam (com grande sucesso diga-se de passagem) estabelecer uma Nova Ordem Mundial levando governos de vários Países (fantoches) a um constrangimento financeiro tão extremo que se torna insustentável para a maioria das pessoas, de tal forma que motins, revolta e crime organizado serão constantes em qualquer grande cidade da Europa!

Ia continuar mas acredito que já consegui deprimir grande parte das pessoas que me “lêem” e que conseguiram chegar ao fim deste texto. Sim, porque a maioria deve ter desistido a meio…

;)

5 comentários:

  1. Muito bom, mesmo muito bom. A lucidez como colocas as coisas é notavel. Sinceramente gostava de te ver argumentar mais as coisas e que as desenvolvesses mais porque fica-se com agua na boca. Mas deixa-nos a pensar.....
    Parabens pela capacidade que tens
    Beijo
    Ana

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  2. Tentei não voltar ao teu blogue e afastar-me de ti. Temos formas de sentir muito identicas e identifiquei-me contigo de uma maneira quase inexplicavel. Nunca te senti "perto" mas eu aproximei-me de ti de tal forma que tudo à minha volta foi perdendo sentido e significado. Eu entendo-te Joao, leio nas tuas palavras e vejo tudo de forma tao clara que me apaixona ao ponto de seres irresistivel.
    Li os teus textos todos desde a ultima vez e sinto que o inevitavel aconteceu. Soube isso desde o inicio, eu disse-te. Tu és mais do que posso descrever e espero que à tua volta esteja sempre quem te souber potenciar e valorizar. Pelo ser humano maravilhoso que és!
    Kisses e até não sei quando................

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  3. Dass
    Quem ler isto fica logo deprimido. Cum catano, ou eu tou a dormir ou entao vem aí uma 3ª guerra mundial e ninguem avisou. A crise é a de sempre, uns têm dinheiro outros nem por isso. Se tivesses cheio dele vias as coisas de maneira diferente de certeza.
    Ate tem por aqui uns textos engraçados mas este, valha-me Deus

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  4. Olá João,
    Realmente e apesar de o fazeres de uma forma bastante catastrófica concordo contigo em absoluto... o nosso País está infelzmente prestes a bater no fundo assim como outros países na Europa.
    Continua a deliciar-nos com os teus textos nem que alguns como este nos deixem a pensar e a reflectir!
    Beijos
    Matilde

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  5. Ola Ana
    Imagino que sejas uma pessoa inteligente e consciente pelas tuas palavras!
    Em alguns casos não argumento mais por preguiça, admito, noutros porque me aborrece fazê-lo e talvez também por descrença...
    Obrigado pelas tuas palavras e volta sempre

    Olaaaa
    Reconhecia essa forma de escrever e sentir em qualquer lugar. Somos de facto muito parecidos em muita coisa, até na forma de escrever e também eu penso como seria se há uns tempos as circunstâncias fossem diferentes. Percebo o porque não teres aparecido entretanto mas não nego que senti saudades.
    Eu sei que me disseste que ia acontecer e como bem sabes não foi por mim que não aconteceu antes. Não podia estar mais feliz apesar de não querer que isso afaste as pessoas de quem gosto.
    Espero que voltes mais vezes e que me digas como estas e me fales das tuas coisas!!!
    Beijos guapa

    Caro anonimo
    Retenho o facto de achares "uns textos engraçados" como o pior do teu comentário. Tudo o resto me parece claramente pertinente e com uma eloquência que não ouso sequer atingir.
    Obrigado pela tua visita

    Querida amiga Matilde:)
    A mais "comentadora" do meu blog!!
    Quem me dera sentir que estava a ter uma visão catastrófica das coisas na forma como o escrevi. Não creio...
    De qualquer forma o máximo que posso dizer às pessoas de quem gosto é que vivam mais aqueles que são importantes, que amem, sejam o mais livres possível e que procurem sentirem-se felizes sempre (ia dizer para FUGIREM deste mundo mas isso parecia-me demasiado radical)...
    Beijos e até breve

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Devaneios!