domingo, 30 de maio de 2010

B. B. King - The Thrill Is Gone (From B. B. King - Live at Montreux 1993)



Ontem, o rei do Blues veio a Portugal. Estranho pelo facto de iniciar uma digressão europeia num concerto livre e numa pequena vila do alto Douro. Eu e as mais de vinte mil pessoas presentes agradeceram. É realmente fantástico ver um senhor de 85 anos tocar com a paixão de um miúdo que dá os primeiros acordes, puxar pelo público de uma forma autoritária como que a exigir mais de 20 mil pessoas que se não vibravam de forma mais eufórica era pelo facto de estarem incrédulos com a energia e paixão que se soltava a cada acorde da guitarra que parecia ter voz própria.

Apesar das dificuldades motoras que o impediram de se levantar sozinho e de se retirar numa cadeira de rodas a alma e paixão pelos Blues continua Jovem e mais intensa que nunca. Foi uma noite perfeita. Sabrosa foi ontem local de peregrinação. Encontravam-se pessoas de todo o lado. Espanha, França, Inglaterra, Estados Unidos e de todos os pontos do País acorreram homens e mulheres, muitos deles jovens, para assistir a mais uma prova viva de que a paixão pela música se sobrepõe à idade ou estado social.

No fim, soube a pouco. Mas isso é uma inevitabilidade de todo e qualquer concerto que nos marque. Este foi marcante pela história, pela densidade musical e pela paixão que sobrevoou o parque Verde das Piscinas Municipais de Sabrosa.

PS- Não se interrompe um concerto para operações políticas de charme. De qualquer forma obrigado pela oportunidade de ouvir bem perto um dos mitos vivos da guitarra e dos Blues!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Nem tudo o que luz é Ouro!


Este texto é basicamente sobre tudo o que é bom acaba depressa! Pode durar um dia, uma semana, pode durar 35 horas…

Não é suposto ser profundo nem tão pouco esclarecedor. Rapidamente percebi que não posso ter a pretensão de ensinar nem aconselhar ninguém porque no fim tudo o que digo se transforma em merda!

Acreditar em algo será sempre melhor que menosprezar todo e qualquer significado que algo possa ter para nós, seja ele emocional, material ou um qualquer feiticismo ligado aos nossos desejos mais íntimos. Somos, por natureza, seres carentes de acreditar em qualquer coisa e com uma necessidade extrema de nos sentirmos conectados a algo que dê um maior significado às nossas vidas! Para lhe dar um rumo, para sobressair no meio de tudo o que nos rodeia, mesmo que isso implique uma total inibição de sentimentos.

Estou neste momento mergulhado em sensações contraditórias que me impedem de pensar com clareza. Não obstante mantenho-me à tona dessas sensações porque aprendi recentemente que nem sempre as coisas obedecem à lógica ou à razão. Ou melhor, se calhar até obedecem, eu é que não as entendo.

Sei apenas que temos uma capacidade incrível e inata de complicar as coisas simples e de nos alhearmos de sentir algo mais complexo, que exige manutenção, trabalho. E, contrariando a nossa natureza, destruímos tudo o que nos toca de uma forma particular apenas na esperança que nada abale o nosso mundinho, as nossas pretensões futuras e nada, nem a maior sensação de todas, irá conseguir mudar isso…

E assim vou indo, perdido em dúvidas alimentadas por sensações contraditórias e metamórficas. Pelo menos ainda sinto alguma coisa, valha-me isso!

É muito bonito acreditar em finais felizes mas, se só nos fodemos, se só vivemos à margem do que realmente vale a pena (quando sabemos e sentimos o que é verdadeiro e importante) vai chegar um momento em que a nossa visão das coisas se vai tornar tão redutora e abstracta que temos de dizer “Que se foda”!

Esquecemos o que aconteceu fazendo de conta que não existiu, vamos para bem longe de tudo o que possa trazer sensações passadas e seguimos acreditando que “este” é o melhor ou único caminho!

Há “momentos perfeitos” mas eles provocarão sempre sensações antagónicas de proporções desmesuradas! Esquecer ou desistir é impossível. E sem saber muito bem o que fazer, o que pensar, continuo ingenuamente a acreditar. Não consigo dizer Adeus mas também não consigo ficar à espera, por isso julgo que este é um daqueles momentos em que tenho de dizer "QUE SE FODA"!

(. .)

sábado, 15 de maio de 2010

A sair ou a entrar no buraco???

Depois de uns tempos mergulhado no lado negro das trevas volto mais fresco e cheiroso que uma vagina acabada de lavar onde, em abono da verdade, vale sempre a pena mergulhar!

Mas sosseguem as mentes inquietas que tão preocupadas estavam com a minha saúde mental. Já coloquei de lado o livro satânico, velas, galinhas pretas e pinturas de adoração ao diabo. Parei com os rituais de auto mutilação e até ponderei pedir a sua santidade o Papa que me viesse exorcizar os demónios que tanto atormentam a minha imprevisível e sombria alma! Mas o facto de ser maior de idade e de ser considerado pelo Vaticano como um caso perdido frustraram os meus intentos. Depois de todos os escândalos da Igreja o que eles menos precisam é de milagres falhados.

Ainda pensei ir a pé a Fátima mas era perigoso. Não sou propriamente um exemplo do cristão exemplar. Acho que a última vez que fui a uma igreja foi para entrar à socapa na sacristia e vestir a batina do padre! Se encontrar a foto anexo-a a este texto:)

Ainda há dias um par de peregrinos pereceu devido a (mais) um atropelamento fatal! Entretanto promovi um inquérito de opinião que depois de analisado incidiu em duas conclusões base!
Algumas pessoas deixaram de acreditar em Fátima “Se Fátima realmente existisse não deixaria que a vida daqueles devotos fosso ceifada de forma tão cruel”. A outra e que recolheu maior unanimidade é “Aqueles peregrinos não iam com a carga de fé que tal viagem acarreta”.

Seriam portanto pessoas que estavam a cumprir a promessa que alguém fez e que por algum motivo não pôde cumprir, indo por isso naturalmente descontentes - “Raio da velha, faz as promessas e eu é que tenho de levar com elas” - ou então peregrinos que iam a Fátima apenas pelo prazer de caminhar pelas belas nacionais do nosso País ou ainda outros que iam de arrasto e se fartaram de barafustar por serem levados pela família a caminhar durante horas!
“Crise de fé” portanto…

Mas o pior que se pode fazer depois de sair do buraco é entrar noutro falando de religião.

Regresso a casa apenas por um dia! Resolvi ser mais um “patriota” a contribuir para tirar o país da crise e comecei a procurar trabalho a sério. Levo esta questão da pátria tão a sério que até espero pagar 1,5% do meu salário para alimentar mais erros deste governo e ajudar as nossas multinacionais e bancos a sobreviver com mais uns míseros milhões de lucro por trimestre! Além disso, e como estamos a atravessar um momento de prosperidade único, emprestamos dinheiro a toda a gente. Toca a contribuir...

Lá vou eu pró buraco outra vez! Política e economia não…

Na conjectura actual não me parece que consiga falar de alguma coisa que não seja considerada deprimente ou sensível.
A economia está de rastos.
Na Igreja estão ainda muito recentes os casos de pedofilia.
Ultimamente quando um político abre a boca é para aumentar os impostos ou para contrariar o que tinha dito há dias atrás.
O Benfica ganhou o campeonato.
Na educação uma professora primária resolveu posar para a Playboy…

Espera...

Mas esta é uma boa notícia! Graças a Deus (blasfémia) que à minha professora primária não lhe deu para estas coisas, ia ter pesadelos até ao fim dos meus dias...

Agora desculpem-me mas tenho de ir folhear a Playboy enquanto tento fazer a inscrição pela net na escola primária de Mirandela para tentar melhorar notas. O mercado de trabalho assim o exige…
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segunda-feira, 10 de maio de 2010

A New Beginning


Não consigo conceber que te mantenhas imune ao que te ofereço!

Não consigo acreditar que sempre me tenhas resistido, imperturbável à minha força, à incontornável dor que inflijo a quem me ousa resistir. Sempre me mantiveste à margem de todos os teus estados de espírito. Uma alma que sempre desejei possuir mas que, mesmo agora, teima em me bloquear a entrada!

Mas se és tão forte e seguro porque raios continuas a olhar-me fixamente?

Entraste num coma profundo mergulhado num mundo de frustrações. Quase a sufocar no ar rarefeito de memórias passadas e momentos que provavelmente não voltam mais! Nostálgico, distante e saudosista!

Não deves ceder ao ruído. Não deves dançar ao som de músicas que possam alterar o teu estado de espírito. Não te tentes pelos anjos que teimam em arrastar-te para aquilo que foi, para aquilo que devia ser. Não te iludas mais, já estou nos teus sonhos, nos teus pensamentos e em breve irei ficar dono de ti e envolver-te-ei pela cruel realidade que teimas em não querer assumir. É tão óbvio e incontornável que nada irá impedir-me de te possuir por completo, de te abraçar e aconchegar nos meus longos braços.

Toda a alma tem um preço e a tua será minha. Irei compensá-la pela tremenda resistência que demonstrou possuir. Deixa-me entrar, deixa-me cuidar de ti, deixa-me ser dono da tua capacidade de sentir e prometo-te que não voltarás a sentir dor, nem saudade, nem Nada…

Tu sabes que vou continuar a procurar-te, eu não vou desistir dessa alma valorosa e negra pela capacidade de sentir. As tuas lágrimas vão continuar a alimentar-me e não vão deixar de correr, eu não vou deixar! Vou ser uma presença constante no teu ser e irei apoderar-me de ti. No silêncio da tua alma serei um inquilino indesejado, a cada momento de fragilidade irei usar todas as chaves para tentar abrir a porta do teu ser e irei acabar por entrar, nem que seja à força…

Tu sabes que não poderás resistir muito mais. Sem esse amor estarás sempre dividido e a tristeza não irá abandonar-te até te entregares. Já estas muito próximo do abismo, mais um passo e acaba! Dá esse passo, fecha os olhos por um instante e deixa-te cair!
Percorre o caminho que te levará até mim.

Ao início sentirás frio e desconforto, sentirás espadas a trespassar-te o coração, dores de cabeça que te farão gritar em desespero e sentirás a tua mente esvaziar por completo enquanto a tua alma te vai abandonando lentamente até te libertar do que nunca poderás ser ou ter!

Mas se não o fizeres será infinitamente pior.
Andarás perdido entre Mundos opostos e nunca te encontrarás. O sofrimento será eterno e a tua vida será sempre um vazio de cores, sons e cheiros. Viverás cada dia e noite em agonia constante porque nada se poderá comparar ao que podia ter sido! Abdica desse tormento, passaram vários dias e a tua dor não mitigou, pelo contrário, cada vez o aperto é maior, mais sufocante e chegará uma altura em que se tornará insuportável. Abdica disso antes que seja tarde demais. Antes que a tua alma trespassada pela dor se perca de ti tornando-te num ser moribundo e obsoleto. E quando isso acontecer ela já não me servirá de nada…


Fala comigo, há dias que não dizes uma palavra! Senta-te à minha mesa, deixa-me beber o teu sangue e alimentar-me da tua alma! Em troca dar-te-ei uma vida livre de tormentos, livre desse desassossego constante, livre de tudo o que agora te torna num vagabundo miserável e patético. Num ser indesejável, taciturno, cego.
Não há nada para ti aí! NADA!!!

Sempre estive presente, nunca te deixei sozinho, mesmo quando me rejeitavas e afastavas! Tenho tempo para gastar contigo e a eternidade para te oferecer. As portas estão abertas, a mesa está posta e os teus desejos serão ordens em troca de algo que até hoje apenas te tornou fraco, incapaz e em permanente dor.

A tua alma!

"Sai! Não gosto que estejas a olhar para mim porque o teu olhar causa-me arrepios. Nem sequer quero saber ao que vens. Olho-te apenas porque me intrigas e porque sei ser capaz de resistir-te!
Sai! Desaparece. Vai para bem longe de mim, desiste!

Mesmo quando estiver despedaçado por dentro, mesmo que tudo o que me aguentava desapareça, mesmo quando um amor desista de lutar pelo que quer, mesmo que saia da sua cabeça, mesmo que todas as luzes se apaguem, mesmo que tenha de dizer Adeus, mesmo que não volte a sorrir, mesmo que morra uma e outra vez, não cairei mais, não adormecerei de novo. Não serei apenas mais um. Não venderei a minha alma a demónios disfarçados de benfeitores.

Porque mesmo na cruel e incontornável impossibilidade seremos sempre um pouco mais se seguirmos a NOSSA vontade. Se seguirmos os nossos caminhos e não aqueles que nos impõem. Se tivermos a coragem de seguir tentando, por cada vez que morrermos viveremos de novo.

As sombras estarão sempre lá, momentos passarão em claro, sofrimento será infligido, tanto que estaremos num ponto em que a tentação de saltar será tanta que o nosso corpo parece ganhar vontade própria para ir…

Mas nem o pior estado de dor e tristeza me fará esquecer que deste lado haverá sempre algo que valha a pena. Um Adeus será sempre um Até Já se assim o quisermos!

Haverá dor e desilusão, melancolia e tristeza, saudade e nostalgia mas em contrapartida a minha capacidade de sentir estará intacta e, na mesma medida haverá momentos de felicidade extrema, paixão e “momentos perfeitos”.

E, mesmo perdido, sem controlar os pensamentos, as imagens ou as sensações, mesmo que o corpo trema de desejo e medo haverá sempre um espaço algures entre o êxtase e um qualquer lugar mágico onde nos encontramos e percebemos claramente quem somos, o que precisamos e que o nosso caminho será sempre aquele que o nosso coração decidir percorrer…"

sexta-feira, 7 de maio de 2010

UnderWorld


Hoje é uma dessas noites. Bebo apenas à espera que apague completamente!

Na minha cabeça ouço vozes e risos estridentes de demónios sedentos por entrar dentro de mim e se apoderarem do que resta da minha debilitada alma! Hoje nada tem lógica, nada faz sentido e espero apenas que a noite me envolva e adormeça!
Estou farto que me digam que estou errado, que estou fodido e que nada em mim faz sentido porque todos os dias olho à minha volta e vejo pessoas bem mais erradas e perdidas que eu!

O meu pequeno mundo é o recreio em que hoje todos parecem querer brincar. Uma sequência interminável de anedotas sarcásticas com o meu nome! Não consigo reagir e renuncio com abnegação ao facto de ser impossível contornar o estado de dormência inexorável no qual a minha alma mergulhou neste instante…

Fala comigo, não consigo esquecer-te.

Não me reconheço mais! Preciso encontrar a energia para sair deste estado de incomensurável letargia a que sucumbi abruptamente! Mas mergulhei de forma tão repentina que me esqueci de inspirar e agora o meu sofrimento será rápido mas o meu desespero será infinitamente pior!

Tento agarrar-me mas só consigo sentir a água entre os dedos. Abro os olhos e levanto o olhar mas apenas vejo formas de sensações passadas cada vez mais desfocadas e distantes das quais não me consigo aproximar. E que já não distingo!

Afundo-me rapidamente até que elas desaparecem.

Tudo está agora mais escuro e o oxigénio nos meus pulmões há muito que devia ter acabado. Sinto-me desligar de tudo e presumo que agora esteja entre estados sensoriais extremos mas aproximando-me perigosamente do mais negro de todos, o Nada…

Se pelo menos chegasse ao fundo rapidamente, talvez conseguisse ganhar impulso e subir… Mas já desci tanto… Duvido que tenha força suficiente para alcançar o topo…

Mas os meus pés não conseguem alcançar o fundo.

Paro algures no meio da escuridão, do silêncio. Sinto-me flutuar entre sombras que disparam em todos os sentidos quando tento tocá-las. Sinto-me emergir dessas sensações, protegido por algo que impede essas sombras de me envolver de forma irreversível. Por algo que me ajuda a afastar desta calma sombria, deste silêncio ensurdecedor...

De repente abro os olhos e estou à superfície. As formas recuperam o seu aspecto original, a sua cor e nitidez.

Um dia não conseguirei respirar enquanto permaneço debaixo de água, um dia não irei acordar. Um dia a minha alma será permanentemente esconjurada do meu corpo e não terei mais forças para subir à superfície!

Um dia não conseguirei lutar pelo que quero… um dia estarei tão fraco que não evitarei as sombras… um dia será o último dia…

Mas não hoje...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Um "Obrigado" diferente


Depois de uns dias fora regresso mais vazio que nunca...
As palavras deviam surgir em catapulta depois de momentos maravilhosos e carregados de boas sensações. Mas não, estou vazio, baço e bloqueado!

Foram dias cheios. Cheios de belos momentos em família e de viagens na melhor companhia. Estradas sem indicações foram percorridas, locais desconhecidos descobertos. Quase sempre ao acaso fomos andando sem saber muito bem para onde nos dirigíamos. O principal motivo era descobrir um pouco mais de cada um de nós...

E essa foi, sem dúvida, a melhor viagem.

Os locais, alguns deles deslumbrantes, apenas deram ao quadro um fundo mais agradável porque, como até tu própria já deves saber, para mim importam as pessoas.
O vinho, os restaurantes, o hotel, as tascas, os rios, as pontes, a luz, os sons, os passeios, os cavalos, as vacas, as rochas, as escadas e Tudo! Difícil ser melhor...

Fui para me tentar aproximar de algo que não posso ter, vim com a certeza que estava errado. Não o sabia, mas fui para te conhecer, para passar dois dias fantásticos com uma pessoa extraordinária. Algo tão óbvio que me custa a perceber que haja quem não o/te perceba...

Não há momentos perfeitos a não ser quando nós os entendemos como tal. E esta amizade é perfeita desde o momento em que começou. E começou a dizer "Adeus" (até breve?) a alguém e a dizer-te "Ola" a ti. Impossível substituir ou confundir sensações tão diferentes apesar de igualmente intensas, mas tens em mim um sincero admirador!

Não te agradeço estes dias porque também não quero que o faças, foi recíproco, mas tenho de te agradecer pelo teu espírito, pelo teu carácter, pela tua generosidade e pela tua forma de ser e estar louvável. Por isso o mínimo que podia fazer era dar-te o mesmo de mim...
Uma amizade não se baseia em momentos supostamente perfeitos, mas no carinho, respeito, amor e sinceridade!

No passado não percebi isto tão claramente como agora e isso custou-me. Há pessoas que merecem isso, no mínimo! És, desde que te conheço, uma dessas pessoas :)
Por isso te deixo este mimo (algo que nem é muito comum em mim) e te peço que continues assim, extraordinária...

Gosti Voninha