terça-feira, 21 de setembro de 2010

YEAH YEAH YEAHS - LITTLE SHADOW



Haverá sempre pequenas sombras pacientemente à espera de uma oportunidade para nos lembrar que à noite será sempre infinitamente pior...

Porque à noite as sombras do passado tornam-se mais densas, mais presentes, mais constantes e com uma intensidade à qual é impossível resistir. Com os olhos bem abertos focando o vazio no meio da escuridão procuramos respostas e um sentido no que agora nos confunde ao ponto de acharmos que não há saída! Que as sombras nos envolvem de tal forma que as nossas forças abandonam o nosso corpo cansado de lutar e sucumbimos à inevitável força do vazio em que nos encontramos.

Somos um espectro daquilo que projectamos ser e perdemo-nos em considerações vagas, patéticas e sem qualquer tipo de validade humana. Mergulhamos ainda mais fundo, as sombras ganham uma força transcendente ao ponto de se tornarem irresistíveis e de nos fazerem sentir envolvidos por elas de tal forma que acabamos por aceita-las como naturais, chega ate a tornar-se confortável sentirmo-nos envolvidos por elas!

Nesse momento misturamo-nos de tal forma que somos apenas mais uma sombra, mais um elemento insignificante do vazio...

Nunca me deixarei misturar nesse vazio. As sombras nunca serão suficientes para me fazer esquecer quem sou e do que preciso. Tu sabes de que preciso...

A solução é habitualmente simples. Abro a janela e a Lua ligeiramente encoberta pelas nuvens da-me a luz suficiente para me encontrar! Apesar das dúvidas...

Mas nenhuma certeza se faz sem dúvidas. Andamos constantemente à procura de respostas mas muitas vezes não percebemos que não estamos a fazer as perguntas certas...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Uma carta simples...


A distância cria sempre um sentimento de vazio, seja ele momentâneo ou duradouro. O passado nunca fica no passado! Ele acaba sempre por voltar, mais cedo ou mais tarde, seja para nos atormentar ou apenas para nos lembrar do que podia ter sido! Por isso resta-nos esperar que as coisas voltem ao que foram ou acomodar-mo-nos na certeza que nada volta a ser como outrora!

Ora, eu nunca fui muito de me acomodar, principalmente no que a emoções diz respeito. Não há muito mais para nós neste Mundo. Importam as pessoas e o que elas representam para nós, na nossa vida. Interessam aquelas que se preocupam, que mexem connosco, que entram na nossa vida para não sair mais, as que tocam no coração, que mexem com a nossa cabeça, com a nossa alma!

Nunca fui o estereótipo de nada, nem de homem, nem de modelo comportamental, nem de estilo de vida! Mas agora estou aqui, desejando ser, por uma vez, o teu tipo de Homem! O tipo de homem que não te permitisse ter dúvidas e onde te encontrasses! Ser o teu cheiro, os teus braços, o teu peito, a tua vida, os teus Nadas! Ser algo, o suficiente, para que nenhum outro mundo fosse importante nem nenhuma outra vida fosse completa senão a nossa!

Não estar apenas no teu pulso nem na tua cabeça a cada cinco minutos! Sabia que nada ia ser igual mas não esperava que mudasse tanto a perspectiva que tinha de tudo, até das pequenas coisa. Querer tudo é pouco! O nada já não existe mais...


"Eu não estava à procura nem à espera. Entreguei-te o livro, tu leste, olhamo-nos, sentimo-nos, beijamo-nos.

Foi uma tempestade perfeita.

Quando dei por mim queria passar o resto da minha vida naquele momento, naquela conversa, naquele tempo. Nunca pensei que pudesse passar mas não esperei que voltasse ainda mais forte. E agora estou aqui tentando que tu durasses em mim para sempre dessa forma. Agora estou aqui com a extraordinária sensação de que podes ser a mulher da minha vida.

És completamente louca, de uma forma que me faz sorrir, és neurótica e instável e exiges uma boa dose de manutenção, com muito carinho e concentração para conseguir entender-te. És contraditória e preocupaste demasiado. Acreditas muito em todos os outros quando devias acreditar mais em ti.

Não precisas percorrer o Mundo à procura de respostas quando elas estão muitas vezes tão perto. Não precisas dar esse passo para perceberes do que és capaz. Porque és capaz de tudo, eu sei que sou. E quando mais me apercebo de quem és mais te amo.
Porque apesar de todas as más interpretações para mim és apenas humana, apenas uma mulher linda que erra e que por viver neste Mundo se confunde.

Essa é a boa notícia!

A má é que não sei como ficar contigo neste momento. Não sei como te mostrar que devemos ficar juntos e isso assusta-me de caraças. Porque se não ficar contigo agora tenho a sensação que nos perderemos em algum momento. Não concordo nada que o Mundo seja pequeno, ele é enorme, mau e propício a desencontros e reviravoltas, as pessoas têm tendência a fechar os olhos por instantes e a perder o momento. O momento que poderia mudar tudo. Não há vida sem amor, pelo menos nenhuma que valha a pena viver!...
Não sei ao certo o que esta a acontecer entre nós e não sei como te convencer que devias perder ainda mais tempo comigo. Que deverias arriscar…"



Não sei porque só agora publico esta pequena carta nem se há algum motivo implícito nela. Faço-o apenas pela sensação que ela provoca. Que não é saudade, nem nostalgia, nem dor. Passado ou presente, não sei, apenas certeza que de facto nos perdemos em algum momento. Talvez nem nunca nos tenhamos encontrado...

Poucas coisas na vida são genuinamente sentidas, seja pela tipica desculpa de falta de tempo ou apenas porque a maioria das vezes temos a tendência para desviar o olhar no momento exacto em que algo de bom nos passa mesmo à frente dos olhos.

Mas muitas vezes não basta ter tempo, não basta não desviar o olhar. A sensação de ter tentado eu tenho, a sensação de ter lutado afincadamente por isso também.
Que me resta? Nada... Muito pouco...

Apanham-se os pedaços espalhados pelos caminhos trilhados e seguem-se outros. Sem expectativas nem pretensões desmesuradas, sem frustrações ou dúvidas. Ficar parado não fico, haverá sempre um caminho novo para seguir...