terça-feira, 29 de março de 2011

Vem aí o Papão!!!

foto da net

Pelo que vou ouvindo e lendo, toda a gente anda muito preocupada pelo facto de Portugal estar à beira da bancarrota. Ou é de mim ou andam todos muito distraídos porque quer-me parecer que isso já é um facto incontornável há muito tempo.

Ultimamente não se fala de outra coisa senão da possível entrada do FMI em Portugal (andam mesmo muuuiiiitoooo distraídos porque eles já cá estão há anos) e das graves consequências que isso pode trazer.

Há muito tempo que nada me fazia lembrar tanto a minha infância como este tema. E não, não tive uma infância triste, pelo contrário. E quanto mais vejo do Mundo à minha volta mais saudades tenho dela!...

Mas voltando ao tema, passo a explicar. Isto da entrada do FMI em Portugal (já disse que já cá estão há muito tempo pois já?) faz-me lembrar as histórias que os nossos pais e avós nos contavam quando nos recusávamos a comer a sopa ou não queríamos ir pra cama. Segundo eles, se não obedecesse, viria o enorme Papão ou o terrível Homem do Saco (reparem que escrevo com letras maiúsculas em sinal de respeito) para “tratar” de mim.

Era remédio santo. Falavam com ar tão sério e até com alguma apreensão, como se não pudessem evitá-lo. Bastava isso para, com ar assustado e mãos trémulas, comer a sopa toda (às vezes até repetia) ou para ir a correr pra cama enfiar-me bem debaixo dos cobertores e adormecer. Agora que penso nisso nem sei como conseguia engolir comida por imaginar que podia a qualquer momento ser devorado pelo Papão ou como não tinha insónias a noite toda só de pensar que bastava um passo em falso e à porta do meu quarto estaria um homem enorme e malvado para me enfiar dentro de um saco e levar-me sabe-se lá para onde!

Esta história do FMI é um pouco parecida com essas que agora caíram em desuso na maioria dos lares. Aliás, é tão parecida que eu acho que o nosso primeiro-ministro demissionário tinha evitado facilmente toda esta confusão política. Bastava dizer que se não aprovassem o PEC 1024 (ainda não são tantos mas lá chegaremos) viria o Papão ou o Homem do Saco!

Atrevo-me a dizer que não haveria deputado da oposição que arriscasse chumbá-lo (talvez um ou outro deputado do bloco de esquerda ainda sob o efeito de drogas ou álcool).
Bastava insinuar que cada deputado que votasse contra seria automaticamente engolido ou enfiado num saco para destino incerto.

Hummm, pensando melhor talvez esta ameaça de serem enviados num saco para destino incerto não fosse boa ideia. Afinal, actualmente, que destino não é bem mais apetecível que o nosso País?