sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bota-lhe couve galega!

Ia postar um texto sobre os meus 33 anos de vida mas como desde a minha última auto análise não mudou assim tanta coisa fica para a próxima.

Como alguns saberão, ando a estudar para ser escritor (o que será um crime se vier a suceder) e as últimas aulas foram sobre um tema que não me fascina particularmente, Poesia!

Apesar de tudo a poesia de agora já não é tão formal como antigamente acabando, muitas vezes, por se misturar géneros literários ao ponto de não se conseguir, com rigor, perceber em que género se incluem alguns textos ou obras.

Os versos que coloco a seguir são antigos e pertencem a uma pessoa que já faleceu, à qual presto hoje um pequeno mas merecido tributo. Inteligente, mordaz e surpreendente.... Teresa Moscas!

"Ò Vila Real alegre
província de Trás-os-Montes
no dia em que te não vejo
não boto feijões ao caldo.

Plantei no meu quintal
sargaços que dão feijões
quem morre sem ter amores
vai pró céu aos trambolhões.

Semeei no meu quintal
sementes de amor-perfeito
nasceram-me as patas de um burro
com uma candeia na mão."

LINDO....

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Noites Longas


Hoje é mais uma dessas noites. Longa…


Daquelas noites em que a Lua está escondida. As estrelas estão distantes. A escuridão outrora aconchegante é hoje uma estranha que se funde numa solidão perpetuada por um silêncio perturbador.

Hoje, como sempre, vivi na base das sensações que provocas, na vida que geras e nos sentimentos que incendeias.

A eterna batalha dos sentidos…

Aquela que sei que não posso ganhar, mesmo que a esteja a viver intensamente, mas que infelizmente não sei como contrariar!

Sou um vagabundo nesse contexto particular. Por vaguear por sensações impossíveis, por me expor perante sensações extremas de prazer, de amor. Por me sentir nu sempre que “estas”. Por me sentir perdido sempre que te “eclipsas”. Por sentir que não existo no mais profundo do meu íntimo para além daquilo que representas para mim.

Por não me sentir quando não te sinto!

Por parecer nunca ser suficiente!

Em ti conheci mais que em toda a minha vida passada. Um pequeno “nada” teu é sempre um enorme “tudo” para mim.

Em ti tudo é mais simples. Tem mais significado.

És como um multiplicador comum a tudo o que é positivo. De cada pequena coisa multiplicada por ti resulta sempre algo mágico. Algo que nem julgava existir, que me surpreende e ultrapassa…

Sei que já o disse mas tu és o meu Milagre. Desde que te conheci que percebi que ias mudar-me. Da forma que mais desejamos ser mudados. Por isso sempre te aceitei com um sorriso, aceitei-te sempre do modo que podias existir na minha vida. Na minha mente, no meu corpo!

Não percebo como cheguei “aqui”. Fiz todo o caminho desde o Início e não sei como cheguei a este emaranhado de sentimentos simples mas intensos demais para serem suportados por um simples e humilde mortal!

Hoje é uma daquelas noites...

Não quero dormir. Os meus sonhos iludem-me. Fazem-me sentir mais. Tornam tudo mais difícil por não estares presente. Por aumentar tudo o que és e tudo o que provocas em mim.

Por isso esta noite “desisto”. Não do que sinto, não do que desejo, tão pouco do que acredito.

Desisto apenas do conformismo que um sentimento assim gera. Não vou (nem posso) ficar por aqui, sei que este é o MOMENTO de ir mais além, de querer mais!

Ainda não cheguei ao cume desta sensação que sei ser única (embora me sinta um aprendiz no que a ela concerne), de uma sensação que só tem paralelo no limite dos nossos sonhos, dos nossos maiores e mais profundos desejos.

Mas não posso promete-lo. Quem me dera conseguir. Não sei se serei capaz. A força que não tive para te conquistar espero tê-la para te mostrar que somos perfeitos juntos. Que somos completos. Que finalmente nos encontramos para não mais nos perdermos…

Um dia pensei:

“Talvez te encontre outra vez. Noutro lugar. Talvez te ame de novo. Talvez tenha coragem para te beijar dessa vez. Talvez te consiga mostrar aquilo que não consegui desta. Talvez tenha mais “pequenos nadas” teus. Talvez...
Sei que não é fácil fugir disto. Sei que não quero perder-te. Não sei o que sentes de verdade. Ou não quero perceber...”

Um dia pensei que não fosse possível encontrar-te nesta vida. Um dia pensei que não seria possível beijar-te. Um dia pensei que seria impossível…

Já sabia que esta noite ia ser longa. Entre uma garrafa de vinho que insiste em troçar de mim por conhecer o motivo pela qual a abri, uma música que toca repetidamente no PC, como se me quisesse lembrar de algo importante que não devo esquecer e a luz de um candeeiro em frente que irrompe pela janela subida do meu quarto escrevo estas confusas e perdidas palavras.

Não sou mais do que era há uma hora atrás. Também não sou menos. Sei que tudo vale a pena desde que vividos com intensidade, embora soframos na exacta medida das nossas pretensões frustradas e da energia e paixão que colocamos na sua concretização. Mas em tudo há algo de belo…

Num sorriso. Numa lágrima. Numa canção. Num cheiro. Num toque. Num suspiro. Numa palavra. Numa brisa. Num silêncio. Num beijo. Num amor, correspondido ou não...

Sou aquilo que as sensações que percorrem o meu corpo me ditam!

Amanha continuarei a ser assim. Continuarei a respirar. Não deixarei de ser o que sou hoje nem ontem. Ou era há uns meses atrás. E nunca mudaria para te conquistar, porque aí estaria a deturpar o que sou e não acrescentaria nada de novo.

No fundo nada ira mudar mas tudo será diferente!

Ou talvez não. Quem me dera que fosse fácil. Odeio as grandes decisões. Amo quando elas são provocadas naturalmente. Mas nem sempre é assim. Como desta vez...

Afinal não foi assim tão longa esta noite!

A garrafa de vinho vazia ao meu lado já não troça de mim, mudei a canção que se repetia a cada 6’06’’ mas a luz do candeeiro continua lá. Porque há sempre uma Luz mesmo que às vezes não a vejamos. Aquela luz que nos mostra o que é realmente importante. Que nos guia. Que nos preenche. Que nos salva!

Tu és a minha luz. Mesmo que muitas vezes não te veja. E, como também já te disse, és uma das mulheres mais extraordinárias que já tive o prazer de conhecer. Tens uma alma enorme e um espírito imenso!

E amar-te foi sempre inevitável…

Uma parte de mim será sempre para Ti. Serás sempre a parte mais importante do meu dia!

Como te amo...

(Mais) um beijo. Um abraço. Um sorriso. Um TUDO…
“hic” (bom vinho)…


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Estado Portugês: Ignorante ou Burro?


Quando criei este blog assumi claramente que não iria ser generalista no sentido de não falar de futebol, política ou algo relacionado com a sociedade que não a sua vertente humana.
Infelizmente, ou não, há alturas em que se torna quase inevitável não falar de determinados aspectos dado o seu caracter indissociável da condição humana na medida em que nos influencia ou condiciona!

Como toda a gente sabe o Estado Português teve a brilhante idéia de introduzir portagens nas SCUT (Sociedade que Come Uns por Trás) desde dia 15 do passado mês de Outubro. Como também toda a gente sabe o Estado Português fê-lo pela necessidade extrema de ir buscar receitas para tapar os buracos que ele próprio cria.

Ora, esta decisão até seria aceitável se não houvesse duas ou três questões relevantes que contrariam esta lógica.

A primeira, contestável e que prova que o Estado português se está a "cagar" para as pessoas e para as empresas, passa pelo facto de as nacionais que servem como alternativa às SCUT simplesmente não serem alternativa, pois há troços onde não passam dois camiões, pontes onde não é permitido a circulação de pesados, da pesada carga financeira para as milhares de empresas existentes na região, entre outros...

A segunda, que prova a tremenda ignorância do Estado Português, é que esta medida contraria uma lei fundamental da União Europeia que diz e passo a citar: "Qualquer cidadão europeu com moeda de curso legal tem de poder pagar em dinheiro".

A terceira, que prova que o Estado Português é Burro, é que com esta medida vai ter prejuízo! Estranho mas rigorosamente verdade! Passo a explicar:
Antes da introdução das portagens o Estado Português pagava uma renda de acordo com o volume de tráfego aos privados através de contratos variáveis, sendo que o risco e prejuízo do pouco volume de tráfego era imputado aos privados. Agora, depois da introdução das portagens, os contratos tiveram de ser renegociados passando a uma taxa fixa que, obviamente subiu, sendo que as receitas com as portagens estão estimadas em apenas 30 a 40% daquilo que a Estradas de Portugal vai pagar às Concessionárias! Com esta medida só as Concessionárias ganham!

Naturalmente que não é preciso ser muito inteligente (ao contrário dos nossos governantes) para perceber que isto vem com uma intenção clara de beneficiar os privados que, mais tarde ou mais cedo, terão de retribuir o favor com cargos para aposentados políticos e prémios de muitos milhões, em sintonia com os muitos milhões que essas Concessionárias lucram com esta e outras medidas!

A resposta à questão que dá título a este texto seria óbvia, AMBOS! Mas depois do último parágrafo percebe-se que talvez não seja assim tão linear e que talvez os burros sejamos (mais uma vez) NÓS!!