segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Monday's suck? No, it's just me.

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Upa. Levanta. Já são horas…

Ai, mais uma segunda-feira. Pelo facebook encontro um sem número de posts a lembrar-me isso. Acho-os ridículos e não consigo entender como alguém pode achar interessante estampá-los na sua página. No mínimo são aborrecidos porque vêm recalcar aquilo que a disposição de cada um já demonstra.
Para além disso há calendários, ecrãs de telemóvel com essa indicação e, com um grau de certeza elevado, arrisco dizer que já toda a gente sabe que a seguir ao Domingo vem a Segunda! Menos as crianças muito pequenas para as quais felizmente isso é irrelevante, mas também não me parece que seja pelo facebook que o vão aprender.

What’s the point?!

Através de um esforço mental tremendo, faço um exercício simples que visa simular aquilo que deve ocorrer na cabeça de um indivíduo, nos momentos antes e após a colocação de um post do género.

Acorda. Como está atrasado não abre o facebook. Sente um certo desânimo por não ter tempo para o fazer, muita gente poderá estar a trabalhar na hora em faça o post e não possam colocar "likes".
Mas não dá mesmo! Arranja-se à pressa, mete-se no carro e dirige-se ao trabalho. Pensa que podia ser durante a viagem. Com o telemóvel pesquisa no Google algo com as palavras “segunda-feira”, “desanimo”, “trabalho”, “horror” e similares. Encontra uma imagem de um macaco a fazer um manguito, um gato a bocejar e a coçar os tomates, um cão com o focinho em cima de um teclado… Bem giros, pensa!
Depois analisa as frases. “Nãooooooo, 2ª feira outra vez” - demasiado simples, tem de ter mais impacto - pensa.
“Segunda-feira? Mas todas as semanas é esta merda?” - Está brutal, vai ser um sucesso! - pensa.
Ouve dois ou três buzinões pelo caminho, ou porque muda de faixa sem se dar conta, ou porque não arranca quando o sinal verde abre, mas conclui a tarefa.
Vai verificar que o post ficou disponível na página e fica a olhar para o botão das notificações para ver se demora muito a ter reacções ao post. Durante um minuto espera e nada. Fica frustrado e decide concentrar-se na estrada. Pousa o telemóvel no banco mas vai espreitando. Passado 2 ou 3 minutos volta a pegar no telemóvel. Nada. Volta a confirmar que postou a imagem… Ele próprio faz like… Nada…

Começa a ficar irritado. Começa a pensar que tem de fazer uma reciclagem nos amigos, que vai deixar de por likes a toda a gente (mesmo que ache piada a frases do Gandi, a provérbios chineses ou frases filosóficas, ao “vídeo que está a emocionar o Mundo”, a frases como – Sabes o que caía bem em ti? Um poste! – ou – O amor é como um peido, se forçado pode dar merda - etc…).

Podia-se concluir daqui que este indivíduo tem amigos com um QI mais elevado cuja consciência lhes mostra o ridículo da coisa mas, após profunda pesquisa, o motivo de não ter reacções deve-se ao facto da maioria dos amigos não trabalhar e ainda estar a dormir.
À medida que vão acordando lá vão surgindo os likes e reacções como “LOLes” ou “AHAHs”.


A disposição melhora, o ego acalma e o dia aguenta-se muito melhor…

quinta-feira, 11 de junho de 2015

All fucked up!

Imagem da net
Uma vida inteira pode ser muito curta e passar num abrir e fechar de olhos.
Somos tentados a olhar para um passado mais ou menos distante e sentir uma intensa nostalgia pelo que tivemos, sentimos e vivemos, achando que aquelas sensações são irrepetíveis. Isso pode levar a sensações de frustração, depressão e até revolta.

Apesar de tudo não é bem o caso!
Não me interessa muito o passado nem aquilo que ele me deu. O que foi bom foi bom e o que foi mau dificilmente podia ter sido melhor. O passado só me vai interessar daqui a uns anos quando olhar para o período actual com a certeza que pouca coisa podia ter sido pior. Porque aqui sim, o mau podia ter sido muito melhor.
Interessa-me mais aquilo que ainda posso fazer / viver / sentir hoje, amanhã e até morrer com uma doença terminal qualquer, do que estar a tentar viver de sensações passadas.

Mandar foder tudo já não é uma opção. Nem a pequena parte do meu cerebro que ainda mantem alguma lucidez me deixava. Apesar de todos os enganos e equívocos, tenho agora o maior e melhor motivo para me manter à tona. E isso não vou foder de jeito nenhum!

Tudo o resto pode transformar-se em pó e ir com o vento. E só não me incluo nisso pelo motivo acima! Senão seria indiferente.

No filme "Sweeney Todd" Johny Depp a certa altura diz: "Há um buraco no mundo, como um poço bem escuro, cheio de pessoas que estão cheias de merda".
Infelizmente para mim, comprovei que é verdade...
Infelizmente não fui sozinho...

Agora, resta-me agarrar nesta merda que tenho agarrada ao pescoço, bater com ela até perder a consciência e esperar que quando acordar tudo esteja no sítio certo. A cabeça incluída.