quarta-feira, 12 de outubro de 2016

JERKING OFF

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A grande maioria das pessoas são uns completos anormais. Desses, uma parcela significativa já passou o anormal e atingiram o estatuto de regurgitações da sociedade. Nesta parcela há dois tipos de vómitos.
Uns que vão directos à sarjeta e por lá se arrastam até secarem ou até que venha uma forte chuva que os dilua (incomodam imenso mas por pouco tempo) e outros, que acabam em cargos de relevo, acabando por atrair outros vómitos (normalmente familiares e amigos) para o seu círculo (estes não chocam tanto mas o seu impacto prolonga-se por gerações).

Em comum tem o facto de se masturbarem e ejacularem como coelhos enviagrados. De foderem tudo à sua volta e sorrirem a cada erecção, a cada ejaculação precoce, sempre fora da vagina prometida, inalcançável para eles.
Nem chega a ser revoltante observá-los. Talvez estranho, ao ponto de sentir uma certa pena. Principalmente porque não se dão conta do ridículo da sua existência. E não desistem. Pior, não evoluem. E é dramático porque nem sequer ficam frustrados, pelo contrário, mantêm uma elevada auto-estima. Riem-se como hienas com o cio depois de cada frase, expressão ou gesto.
Foda-se, onde está a selecção natural de Darwin? Algo correu mal!

Tal como as baratas, estes pequenos caralhos ambulantes são tão resistentes como uma vagina vietnamita em noite de folga das tropas americanas. Não adoecem, não metem baixas, estão por todo o lado. O único aspecto que desenvolveram foi o facto de conseguirem subsistir isoladamente (apesar de serem raros os casos em que isso acontece). Reclamam de tudo, sentem-se seres superiores e apenas baixam as calças na presença de masturbadores em posições mais elevadas, não vão apanhar com a gonha em cheio na cabeça!

Apesar do incómodo visível em algumas pessoas, estes masturbadores são tolerados pelo que resta da sociedade que ainda mantém critérios de existência aceitáveis. Acredito que essas pessoas o façam por forma a não serem incomodados por eles, por receio de serem vitimas da sua atenção e da sua extrema capacidade para violentar intelectos mais sensíveis e, naturalmente, porque muitos deles interferem directamente no rumo das suas vidas e naquilo que os rodeia.

Urge legislar sobre este grupo crescente de ejaculadores doentios e perturbadores da intelectualidade que se multiplicam a uma velocidade imparável.
Mas… Quem quero eu enganar? Estes ejaculadores abundam nos órgãos de soberania e criar uma lei que os impeça de publicamente se esfoirarem como elefantes com diarreia, parece-me uma utopia.

Forca, lobotomia, queimados na fogueira ou em caldeiras industriais reaproveitando as cinzas para adubar campos de ancelgas ou nabiças.
Castração química com incidência na língua e no zingarelho era o mínimo. Esta medida devia ser suficiente para os amansar, para os tornar cordeiros que só pastam e cagam. Não era o ideal mas já conseguia viver com isso.

Mas, no fim de tudo, aqueles que ainda pensam, que lêem, que têm ideias e opinião própria, que no fundo se preocupam com eles próprios e com os outros são os que habitualmente ouvem: "YOU ARE A BUNCH OF FREAKING WEIRDOS!"

quinta-feira, 7 de julho de 2016

O Som da Tristeza

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Fumo mais um cigarro. Bebo mais um copo de vinho.
Suspiro.

Houve um tempo em que isso seria suficiente para enganar a tristeza, agora já não.
Agora nada chega.

É como se o impacto das coisas tivesse desaparecido. Não sinto o salgado ou o doce. Nem frio nem calor. Nem dor ou prazer. Agora sinto apenas um completo entorpecimento, físico e mental.
Desço a rua descalço e apenas de boxers. Não está ninguém na rua ou nas janelas mas acho que me era completamente indiferente. Nada me incomoda, nada muda o meu estado de espirito. Nada me faz sentir pior. Ou melhor. Nada existe. Só o barulho subsiste mesmo no silêncio da noite...

Nunca fui o estereótipo social ou o gajo que todos querem numa festa. Sempre me aborreceram as conversas e as piadas banais. Acho que nunca foi por me sentir superior a quem quer que seja, apenas não encaixo. E aquelas pessoas que ainda me convidam para “coisas”, acredito que seja mais por pensarem que se não o fizerem eu posso atirar-me de uma ponte ou algo do género.
Se for por isso agradeço mas não é necessário, não sou do tipo depressivo nem suicida. Lido bem com qualquer estado de alma. Nunca sinto demasiada tristeza nem demasiada euforia. E o facto de estar um “caco” agora, de estar completamente fora do meu ritmo normal, de me sentir como uma prostituta vietnamita depois de aviar as tropas americanas na sua noite de folga, sinto que ainda não estou assim tão mal. Aceito as sensações boas ou más sem grande resistência. Tudo é energia.

Mas há muito tempo que não sentia nada assim. A desmotivação não é um problema, encontro rapidamente uma forma de contornar isso e ser um cidadão exemplar novamente (neste momento basicamente vestir umas calças bastava). A tristeza também há-de deixar de ser, um dia acordo, mando foder tudo e recomeço novamente.

Se está a demorar mais tempo do que o normal? Está. Demasiado tempo. Talvez já não queria sair. Talvez prefira ficar no buraco até vir um cataclismo que limpe tudo e todos da face da Terra! E tudo desaparece. Tudo fica calmo, em silêncio…


Entretanto saio do buraco, fodo uma alga e começa tudo outra vez…

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

LONG LIVE DAVID BOWIE

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Acordo com a notícia da morte de David Bowie. Primeiro desconfio pois estão sempre a matar celebridades por essas redes sociais fora. Depois confirmo que é mesmo verdade.

Sinto um aperto e angústia estranho por alguém que não conheço. Mas logo a seguir percebo que não é bem assim...

Sentimento de perda não é uma ligação de sangue, é uma ligação a algo/alguém que nos acompanha ao longo da vida, seja através de sons, imagens, gestos, expressões e, essencialmente, através de sensações. Não me conecto a alguém que me pergunta se estou bem, conecto-me a alguém que faz algo para me sentir bem. Seja um cantor, actor, familiar ou amigo. David Bowie não foi um amigo, conhecido ou colega de trabalho, mas foi alguém que me acompanhou durante quase toda a minha vida. Alimentou sonhos, paixões, vontades e com a sua força e carácter mudou mentalidades, lutou contra estereótipos e estigmas sociais.

Interpretar com rigor aquilo que David Bowie representa não se traduz numa frase, num texto ou num pensamento. Por outro lado também não me parece complexo explica-lo e tentar fazê-lo é retirar parte da magia que só as sensações transmitem. Até isso ele nos deu, a liberdade de ler, ouvir, sentir da forma que mais nos convir.

Coloriu o Mundo e deu forma ao que a maioria de nós apenas imagina. Deu-lhe uma sonoridade única que tantas vezes reflectia o seu próprio estado de espírito. Alternou entre géneros musicais, alternou entre o sombrio e o cintilante, entre o inquieto e o calmo, entre o desanimo e a excitação. Mas foi sempre excêntrico, único, singular e original. Camaleão é apenas um cliché para definir um homem que mais do que as caras que teve ao longo da sua vida, deu tantas novas caras ao Mundo.

Quando ia levar o meu filho de 2 anos ao infantário ouvia a Absolute Beginners e ele abanava a cabeça. Disse-lhe que era o David Bowie e que tinha morrido hoje. Perguntou-me se tinha doi doi e logo de seguida se estava no Céu. Bem, segundo a premissa maior deste blogue todas as almas vão para o Inferno, seja lá o que isso for. Neste caso não creio que vá para um Céu ou Inferno, seguramente que ela se irá manter por aqui até ao fim dos tempos.

I've nothing much to offer
There's nothing much to take
I'm an absolute beginner
But I'm absolutely sane
As long as we're together
The rest can go to hell

Absolute Begginers


https://www.youtube.com/watch?v=o_cHvtPB2dY