quarta-feira, 21 de julho de 2010

Paga e não "sopres"...


Hoje fui multado!
No exacto momento em que atendo o telemóvel passa um carro da polícia por mim que não se inibiu de inverter a direcção que seguia numa linha contínua e colocar em perigo os condutores que seguiam em sentido contrário.

Algum tempo depois encosto e sou abordado por um polícia ainda novo, forte mas ágil, de expressões carrancudas e visivelmente mal disposto!

- Os seus documentos e os documentos da viatura!
- Pelo menos Bom Dia não? – digo eu…
- Vamos ver se é um bom dia ou não - replica o shor agente!
Saio do carro pois os documentos estavam no banco de trás…
- Alguém o mandou sair do carro? – Pergunta num tom claramente agressivo.
- Os documentos estão no banco de trás e como os pediu tenho de sair do carro - argumento.
- Então ande lá e volte para o seu lugar.

Assim fiz. Até este momento ainda não me tinha dito o motivo pelo qual estava a ser multado apesar de eu já saber a resposta. Pouco tempo depois volta ao meu lado e pergunta:
- A carta verde?
- Está no porta-luvas.
- Então faz favor de ma facultar!

Tiro a carta verde, entrego-a e nesse momento saio do carro novamente. Aproximo-me deles, entretanto tinha chegado outro agente ao local (acho que é obrigatório serem dois) e fico a observa-los enquanto o primeiro tira todos os dados necessários para elaborar a multa.
- Você sabe qual o motivo pelo qual esta a ser autuado? – Pergunta o agente.
- Sei, mas se me quiser elucidar nos termos técnicos adequados agradeço.
- Você ia a falar ao telemóvel enquanto praticava o acto de condução – responde visivelmente irritado e com cara de quem bebeu meio frasco de laxante instantes antes de começar a fazer efeito.
- Sim, ia de facto a falar ao telemóvel – confirmo, já descrente na possibilidade de safar a multa.

Nesse momento é-me dito o valor da multa que paguei na hora.

Entretanto o agente continua a tirar dados do carro, perdão, da viatura, e a analisar os meus documentos. Ao analisar a carta verde pergunta no alto da sua suprema sabedoria:
- Você não sabe que a vinheta no canto da carta verde é para recortar pelo picotado e colocar no vidro do carro?
- E você não sabe que existem cartas verdes que têm duas vinhetas, uma em cada canto, e que uma delas já se encontra colocada no vidro do carro? – respondo de forma corrosiva e já farto da arrogância daquele agente!
- Ouça lá – responde ele – não precisa ficar mal disposto, nós estamos apenas a cumprir o nosso dever.
- Eu pelo menos tenho um bom motivo para ficar mal disposto porque acabei de pagar 120 euros de multa enquanto você está mal disposto e mal-encarado sem motivo nenhum! E quanto a cumprirem o vosso dever sim, se ele se basear em passar multas, estão a faze-lo de forma exemplar.

Entretanto afasta-se, suponho que para analisar o carro para ver se me podia multar por mais alguma coisa tal a forma minuciosa como analisou cada detalhe, e fica o outro agente, bem mais agradável, que me aconselha a ter calma.
Depois da revisão integral do carro o agente continua a tirar dados (se eu fosse polícia nunca passaria multas tal a complexidade burocrática que tal acto exige) e ao passar a morada para o registo da multa questiona-me:
- Santa Eugénia?... Isto fica onde?
- Olhe, descubra! – respondo de forma seca e directa.
- Pertence a Vila Real – responde, para minha surpresa, o segundo agente enquanto era fulminado pelos olhos do primeiro.
- Aqui tem o recibo da multa – diz ele estendendo a mão.
- Acho mal – digo eu – acabei de pagar 120 euros e nem a um brinde tenho direito! Pelo menos um crachá da polícia a fingir ou algo do género, só vos ficava bem…
- Espere uma notificação da antiga DGV por causa desta multa e prepare-se para uma eventual inibição de conduzir durante algum tempo – diz ele ignorando o que eu tinha referido numa tentativa de aliviar a tensão e já conformado.
- O quê?!?! Por causa de atender o telemóvel por segundos vão-me inibir de conduzir?!? – exclamo, completamente incrédulo.
- Não foi apenas por esse motivo, foi o acto de usar o telemóvel enquanto praticava o acto de conduzir e por comportamento injurioso para com um agente da autoridade. Tenha um bom dia!

FUCK...

sábado, 3 de julho de 2010

Sexóloga ou Prostituta?!

Depois desta visão aterradora combinei almoçar com uma amiga que já não via há algum tempo. Precisava distrair-me para esquecer rapidamente a experiência assustadora descrita no último post.

Cheguei mais cedo ao restaurante, não dava para ficar na esplanada porque estava muito vento e entrei. Sentei-me a um canto e observei a sala. O restaurante era agradável, decorado de forma simples mas com bom gosto e requinte. Mesas de madeira distantes umas das outras e cadeiras confortáveis...

Estavam apenas duas mesas ocupadas, uma com um casal estrangeiro que revelava mau estar dado as expressões carrancudas e fechadas que ambos manifestavam e uma outra, mais perto de mim, com duas senhoras de alguma idade mas muito bem vestidas e arranjadas que dissertavam sobre algo tão profundo e arrebatador como a última história de vida revelada no programa da manhã da TVI. Ao balcão uma mulher elegante e sedutora desfolhava uma revista que, à distância onde estava, não conseguia identificar e bebia um cocktail verde num copo em forma de triângulo e com uma haste comprida.

Naturalmente a minha atenção ficou presa na duas mulheres de idade e na extraordinária história de uma mãe que sozinha conseguiu criar 8 filhos de forma exemplar. Elas iam expondo argumentos de forma sucessiva e em evidente comoção interrogando-se como uma mãe, sozinha e com permanentes problemas de saúde conseguiu fazer daqueles 8 filhos exemplos da sociedade moderna! A luta daquela mulher remeteu-me logo para personagens como Mahatma Ghandi, Martin Luther King, Madre Teresa de Calcutá, etc...
O facto de metade dos filhos estarem presos por tráfico de droga distorce um pouco o conceito de educação exemplar ou modelo social mas não se pode ter uma visão tão redutora da sociedade e a conjuntura actual também não nos deixa muitas saídas!

Estava eu perdido nestas considerações quando entra a minha amiga. Não tinha muito tempo para almoçar pois trabalhava de tarde por isso tratamos de pedir algo rápido. Conversamos um pouco, por momentos consegui esquecer a terrível experiência de verificar que há casas cujo estado e decoração faz lembrar algo entre uma pocilga de porcos e uma barraca de farturas e passado pouco tempo ela disse-me que tem de ir para trabalhar.
Despeço-me mas decido ficar mais um pouco. Peço algo para beber...

O restaurante tem agora mais gente. As simpáticas senhoras ao meu lado conversam agora sobre o divórcio do sr. Manuel das cortinas. Está mais barulho e não consigo ouvir os detalhes mas o impacto desta história também não tem a envolvência emocional nem prende a atenção como a anterior. Pelo meio das pessoas e empregados reparo que a mulher ao balcão se mantem exactamente no mesmo local. Fixo o olhar nela com mais atenção...

Alta, postura altiva e elegante, pernas longas e bem definidas, delicadamente cruzadas sob um vestido curto cujas alças pousavam de forma perfeita nos seus ombros firmes e ligeiramente debruçados sobre o balcão. Pele suave e visivelmente bem tratada, um decote simples mas saliente deixava a certeza que por baixo moravam uns seios com tremendo potencial!
Rodou ligeiramente no banco onde parecia levitar e deu para ver claramente que a face acompanhava de forma harmoniosa a beleza de um corpo cativante e ao qual era impossível ficar indiferente!

Ao rodar ficou de frente para mim. Mantive-me sereno apesar de algo inibido pela beleza avassaladora daquela mulher. Irradiava sensualidade, erotismo e quando fixou o olhar em mim não consegui desviar o olhar como se houvesse parte do meu corpo que fosse controlado por aquela mulher. Esboçou um sorriso tímido mas confiante, eu correspondi. Mordeu o lábio vagarosamente enquanto rodava o corpo para um lado e para o outro alternadamente e de forma suave e claramente provocadora. Continuamos a trocar olhares de forma cada vez mais cúmplice apenas interrompido pelo passar de pessoas constante na sala que se tornava cada vez mais pequena!

Decido levantar-me e ir ter com ela. Alego que ela me tinha chamado, ela rejeita esse argumento ripostando que não disse ou fez nada! Contraponho dizendo que ela tinha claramente insinuado por gestos para ir ter com ela e, depois de alguma persistência e argumentos irrefutáveis (ridículos), ela me convida a ficar!
Reparo nos seus grandes olhos verdes, nariz pequeno, nos lábios vermelho vivo, no pescoço exposto e confirmo o potencial do seu peito...

Depois de um quarto de hora de conversa embalada por uma quantidade considerável de bom vinho tinto e dois mojitos começo a tentar saber mais sobre ela. Tinha sido sempre muito evasiva em relação a ela e, apesar de não me interessar mais histórias de vida depois da última descrita pelas senhoras ao lado da minha mesa, precisava de a por a falar!

Mais valia estar calado pois uma das primeiras coisas que ela me disse foi "Quem me quiser tem de pagar!!"
Num primeiro instante pensei que esta afirmação significava que quem quisesse ter algo dela teria de lutar por isso por ser uma mulher de boas famílias, com princípios, teria de mostrar ser digno do seu afecto e dos seus enormes seios...
Mas não, o que ela queria dizer é que quem quisesse sentir aqueles belos seios e mergulhar no meio daquelas altas e elegantes pernas teria mesmo de pagar!!!

Uma profissional do sexo!!! (Não uma sexóloga como ingenuamente uma amiga minha me questionou, uma prostituta mesmo)...

Num primeiro instante não acreditei, disse-lhe que ela era demasiado bonita e elegante para ser prostituta. Mas ela reafirmou-o tantas vezes quantas necessárias para me convencer disso...
Não fiquei em choque mas também não esperava essa revelação! Por momentos passou-me pela cabeça se ela não seria um dos 8 filhos da história ouvida momentos antes e ainda pensei perguntar-lhe se tinha irmãos mas achei despropositado dado o contexto!

Senti curiosidade em saber mais sobre a actividade dado ser a minha primeira conversa com uma profissional do sexo. Contou-me que trabalhava por conta própria (sem chulo - profissional liberal), que há três anos estava ligada a uma agência de serviço de acompanhantes, desde os 21, e que apesar de alguns contratempos não se arrependia! Disse-me que adorava sexo (encontrou a profissão certa para exercer a sua vocação) e que só atendia executivos com menos de 40 anos, muitos políticos, advogados, etc...
Era uma pessoa extremamente simpática e acessível, de conversa fácil e perspectivas bastante pertinazes e inteligentes apesar da sua tenra idade!

-Nunca paguei por sexo nem nunca o faria - disse-lhe eu.
-Não me digas que és um dos típicos moralistas que alegam que nunca traíriam as suas mulheres mas que à noite recebo no meu apartamento? - ripostou.
-Nada disso, sou tudo menos moralista, é apenas uma questão de princípio, não tenho nada contra quem o faz e sinceramente até acho mais honesto pagar por sexo que andar com os rodeios típicos de quem apenas quer levar uma mulher para a cama!
- Então não pagavas para ter sexo comigo?
- Não, até porque depois de estares comigo irias dar de graça para mim! - afirmei com convicção!
- E tu depois de estares comigo pagarias o dobro! - disse ela com um sorriso confiante...

No final disse-me que gostou de mim e escreveu o número de telemóvel na base do copo já vazio e tentou convencer-me aliciando-me com uma noite inteira pelo preço de uma hora! Ainda hesitei mas disse-lhe que não esperasse uma chamada minha. Despedi-me, agradeci aquela agradável hora de conversa (que não tive de pagar), desejei-lhe felicidades e saí...

Moral da história: Meter conversa com uma mulher bonita, ser convidado para novo encontro e ficar com o número de telemóvel pode não ser assim tão fantástico como parece...