quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A "MORTE" CHEGOU NUM DIA ASSIM...

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E quando finalmente se encontra O rumo... ele perde-se.

Há momentos de perda irreparáveis. Não há solução, remédio, mezinha, fé ou palavras que possam fazer o tempo recuar. Recuou-se tantas vezes ao ultimo ponto de restauro que desta vez receio que não haja nada a fazer.

Crescer é a derradeira hipótese. Não para salvar uma vida que já se perdeu, mas para salvar o tempo da vida que resta viver.

Recordo uma frase antiga mas que faz todo o sentido. "A partir do momento em que alguém ama uma pessoa que não se respeita, só pode sofrer com isso."

Por isso escrevo a frase que não pára de martelar a minha cabeça. Numa vida, de nada vale fazer TUDO pela pessoa que amam quando, num minuto, fazem algo que põe o TUDO em causa.

Por isso amem, respeitem, acarinhem e LUTEM para manter as coisas simples. Basta uma pessoa para fazer a nossa vida valer a pena. Basta apenas agir em conformidade. Basta "apenas" ser HUMANO!

Era suposto ser simples...

domingo, 25 de novembro de 2012

A LUZ DAS SOMBRAS

Imagem da internet

Escrevo.

Faço-o apenas para me distrair, para me abstrair e manter distante. Faço-o porque nas palavras ouso alcançar o que preciso ser sem nunca me perder daquilo que sou.

Faço-o para evitar diluir-me em miríades de sensações contraditórias e metamórficas que me toldam o espírito, o raciocínio e me entorpecem o corpo gasto e desprovido há muito de uma alma capaz de lutar contra este estado de dolorosa letargia a que sucumbi.

Preciso esquecer, tenho de conseguir partir.
Concentro-me, respiro fundo, passo as mãos pelo pescoço enquanto fecho os olhos e forço o esquecimento. Volto a pegar na caneta e escrevo…
Escrevo sobre o luar, o por do sol à beira mar, os passeios longos, escrevo sobre todas as merdas que deviam fazer-me sentir bem mas não adianta, não consigo!

Desisto!
Largo a caneta, pouso a cabeça sobre os braços entrelaçados em cima da mesa e entrego-me. Deixo-me invadir, impotente, por tudo o que tentava desesperadamente afastar. Entrego-me às sombras de um passado recente, voltam os sonhos despedaçados em mil e um bocados de dor e inconstância. Volta a sensação de impotência, de incerteza e insegurança.

É uma frase que repetidas vezes me atinge, o passado nunca fica no passado e, mais tarde ou mais cedo ele volta para nos atormentar, para nos mostrar o quão frágil somos e que nuca possuímos nada, nem o que julgávamos ser certo. Essa angústia consome-me ao ponto de sentir um cansaço extremo, quase um estado inconsciente. Entrego-me à incontornável sensação de perda e fecho os olhos. Espero conseguir adormecer, espero voltar a acordar...

terça-feira, 14 de agosto de 2012

GIVE WORLD A CHANCE...




Coloco este vídeo no primeiro dia cinzento desde que começaram as minhas férias. A energia que o Sol transmite dá lugar à calma e serenidade, paz e melancolia que o cinzento do céu que envolve o local onde habito lhe confere. Coloco este vídeo por vários motivos mas essencialmente...

Porque passamos o tempo obcecados com o dia a dia, com as contas, com o trabalho.

Porque passamos o tempo rodeado de prédios gigantescos, com o transito, com chegar a horas.

Porque passamos o tempo a correr para lado nenhum, perdidos e consternados.

Porque poucas vezes paramos para olhar em volta. Basta-nos desviar o olhar um momento para perdemos o melhor da vida. As coisas simples. Cada vez mais raras. Cada vez mais distantes.

Não devíamos estar já fartos de destruir tudo o que de bom temos à nossa volta? Não devíamos parar para pensar se vale a pena? Não devíamos deixar de foder toda a beleza que nos rodeia antes que acabe?

Começo a pensar que só vamos perceber quando for tarde de mais. O ser humano é o cancro do Mundo. Galopante!
E com uma ganancia desmedida vai destruindo tudo o que toca e alcança!

Resta-me a consolação de saber distinguir o que é belo e, mais importante, saber aproveita-lo. E mais do que viajar pelo Mundo para ver as poucas maravilhas que ainda não sucumbiram ao poder destruidor do Homem, importa garantir que consiga tornar o pequeno mundo à minha volta ainda mais belo e valioso.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

ILUSÃO RACIONAL



Um mês...
Pode ser insignificante, pode ser eterno.

A linha que separa uma dimensão da outra é tudo menos linear.
Não há razão que defina o espaço temporal entre dois momentos que não esteja condicionada pelo poder incomensurável das sensações. Que é aquilo que realmente importa.

Um amor, uma vida.
Indissociáveis pois não há vida sem amor, pelo menos nenhuma que valha a pena viver. Jonhy Cash (no video acima) diz-nos que a dor é a única coisa verdadeiramente real e que podemos ter tudo. Nem a dor é provavelmente a única coisa real, nem aquilo que podemos ter poderia ser TUDO, pois a maior parte de nós quer o que não sabe que não quer e o que não sabe que não precisa.
Até eu fiquei confuso...

Perto ou longe?
A distância, tal como a grande maioria das coisas que nos rodeiam, é uma tremenda ilusão. Não há distância apenas porque a pessoa está a milhares de quilómetros, ela manifesta-se de forma bem mais real quando temos a pessoa ao nosso lado e a sentimos do outro lado do Mundo. Quando se perde a noção de partilha, de respeito e essencialmente, a noção de relação. E inevitavelmente, quanto maior a distância, maior a dor.

Certo ou errado?
Toda a gente se preocupa demasiado em perceber se está certo ou errado, quando essa é apenas mais uma ilusão. Elas não existem, existem apenas as consequências dos nossos actos. E quando devíamos estar preocupados em lidar com essas consequências, dedicamos todas as nossas energias a desculpabilizar-mo-nos e a tentar a absolvição suprema sem percebermos muito bem o real significado que esse perdão deve ter.

(Re)encontros.
O Mundo é grande demais, muito propício a desencontros. E no objectivo de nos tornar-mos mais maduros, responsáveis e nos redescobrirmos como indivíduos, receio que não saibamos encontrar o caminho de volta. Que, apesar de tantas e tantas vezes terem existido dúvidas e conflitos, continua a ser o único que sinto vontade de seguir...

(In)diferente.
Por isso a grande maioria das coisas que nos rodeia são uma eficaz ilusão. Eficaz porque continuamos convencidos que a nossa vida deve ser igual à de tantos outros, continuamos a acreditar que ser diferente é errado.E andamos tão desesperados por sobressair num Mundo cada vez mais fodido que nem percebemos que só somos notados quando estamos mais fodidos que todos os outros à nossa volta.
E já que estou nesse registo... Para mim pouco importa se todo o Mundo me diz que estou fodido porque continuo a olhar á minha volta e a ver que todos andam bem mais fodidos que eu!

(Sem)sações
E esse desespero em sobressair cria outro, a necessidade de sentir. Seja o que for. Tanto que minamos o nosso caminho criando ilusões (sempre ilusões), expectativas e objectivos. O pior é o resultado ser quase sempre o mesmo. Se concretizamos esses objectivos temos uma sensação de realização que nos acalma e nos confere alguma segurança. Mas que é passageira, passado uma hora, um dia ou um mês já nada acrescenta à nossa existência. Se falhamos esses objectivos o sentimento de frustração é imediato e, ao invés, não é passageiro, como se fosse necessário alimenta-lo para justificar tudo aquilo que não conseguimos ser ao longo da vida.

Sensações Fast-food e Low-Cost
Por isso procuramos cada vez mais alimentar a alma com sensações imediatas. Tudo o que brilhe, não exija muito esforço nem dedicação e esteja ao nosso alcance nós pegamos. Quanto menos trabalho der melhor. Sensações fugazes e que, de preferência, não abalem muito a nossa frágil condição humana. Porque nós não sabemos lidar com a cada vez mais crescente complexidade das nossas emoções, porque cada vez mais fugimos da nossa essência, daquilo que somos, para nos tornarmos apenas mais um.
Acho que ninguém percebe muito bem quando, mas há um momento na nossa vida em que nos perdemos. Em que mudamos as nossas prioridades, a nossa forma simples de ver o Mundo. Em que perdemos a capacidade de brincar, de viver e sonhar. Em que sofremos por coisas que não deveriam ter significado e esquecemos aquelas que realmente deveriam importar...

Talvez por isso, no meio disto tudo, nem a Dor seja Real...