quinta-feira, 26 de julho de 2012

ILUSÃO RACIONAL



Um mês...
Pode ser insignificante, pode ser eterno.

A linha que separa uma dimensão da outra é tudo menos linear.
Não há razão que defina o espaço temporal entre dois momentos que não esteja condicionada pelo poder incomensurável das sensações. Que é aquilo que realmente importa.

Um amor, uma vida.
Indissociáveis pois não há vida sem amor, pelo menos nenhuma que valha a pena viver. Jonhy Cash (no video acima) diz-nos que a dor é a única coisa verdadeiramente real e que podemos ter tudo. Nem a dor é provavelmente a única coisa real, nem aquilo que podemos ter poderia ser TUDO, pois a maior parte de nós quer o que não sabe que não quer e o que não sabe que não precisa.
Até eu fiquei confuso...

Perto ou longe?
A distância, tal como a grande maioria das coisas que nos rodeiam, é uma tremenda ilusão. Não há distância apenas porque a pessoa está a milhares de quilómetros, ela manifesta-se de forma bem mais real quando temos a pessoa ao nosso lado e a sentimos do outro lado do Mundo. Quando se perde a noção de partilha, de respeito e essencialmente, a noção de relação. E inevitavelmente, quanto maior a distância, maior a dor.

Certo ou errado?
Toda a gente se preocupa demasiado em perceber se está certo ou errado, quando essa é apenas mais uma ilusão. Elas não existem, existem apenas as consequências dos nossos actos. E quando devíamos estar preocupados em lidar com essas consequências, dedicamos todas as nossas energias a desculpabilizar-mo-nos e a tentar a absolvição suprema sem percebermos muito bem o real significado que esse perdão deve ter.

(Re)encontros.
O Mundo é grande demais, muito propício a desencontros. E no objectivo de nos tornar-mos mais maduros, responsáveis e nos redescobrirmos como indivíduos, receio que não saibamos encontrar o caminho de volta. Que, apesar de tantas e tantas vezes terem existido dúvidas e conflitos, continua a ser o único que sinto vontade de seguir...

(In)diferente.
Por isso a grande maioria das coisas que nos rodeia são uma eficaz ilusão. Eficaz porque continuamos convencidos que a nossa vida deve ser igual à de tantos outros, continuamos a acreditar que ser diferente é errado.E andamos tão desesperados por sobressair num Mundo cada vez mais fodido que nem percebemos que só somos notados quando estamos mais fodidos que todos os outros à nossa volta.
E já que estou nesse registo... Para mim pouco importa se todo o Mundo me diz que estou fodido porque continuo a olhar á minha volta e a ver que todos andam bem mais fodidos que eu!

(Sem)sações
E esse desespero em sobressair cria outro, a necessidade de sentir. Seja o que for. Tanto que minamos o nosso caminho criando ilusões (sempre ilusões), expectativas e objectivos. O pior é o resultado ser quase sempre o mesmo. Se concretizamos esses objectivos temos uma sensação de realização que nos acalma e nos confere alguma segurança. Mas que é passageira, passado uma hora, um dia ou um mês já nada acrescenta à nossa existência. Se falhamos esses objectivos o sentimento de frustração é imediato e, ao invés, não é passageiro, como se fosse necessário alimenta-lo para justificar tudo aquilo que não conseguimos ser ao longo da vida.

Sensações Fast-food e Low-Cost
Por isso procuramos cada vez mais alimentar a alma com sensações imediatas. Tudo o que brilhe, não exija muito esforço nem dedicação e esteja ao nosso alcance nós pegamos. Quanto menos trabalho der melhor. Sensações fugazes e que, de preferência, não abalem muito a nossa frágil condição humana. Porque nós não sabemos lidar com a cada vez mais crescente complexidade das nossas emoções, porque cada vez mais fugimos da nossa essência, daquilo que somos, para nos tornarmos apenas mais um.
Acho que ninguém percebe muito bem quando, mas há um momento na nossa vida em que nos perdemos. Em que mudamos as nossas prioridades, a nossa forma simples de ver o Mundo. Em que perdemos a capacidade de brincar, de viver e sonhar. Em que sofremos por coisas que não deveriam ter significado e esquecemos aquelas que realmente deveriam importar...

Talvez por isso, no meio disto tudo, nem a Dor seja Real...

4 comentários:

  1. No way!!! Finalmente mais um texto. E que texto!!
    És delicioso. Nunca pares de surpreender. Kisses e saudades eternas
    Marta G.

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  2. Eu sei que sou uma desilusão para ti mas não podia nunca ser uma desilusão para mim próprio. Com isso é que não conseguiria viver...
    Gostava que entendesses.
    Beijos Marta

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  3. Por seres o homem que és nunca poderias ser uma desilusão para mim. És um ser humano excepcional e um homem único.
    Só desejo o melhor para ti ao lado da mulher da tua vida.
    Kisses
    Marta G.

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  4. Para quando um texto novo?
    lapda

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Devaneios!