segunda-feira, 6 de março de 2017

Another World!


imagem da net
“O mundo dos adultos parece um bocadinho estranho”

Esta frase, dita pelo meu filho de apenas 3 anos, fez-me repensar este assunto. O Mundo tornou-se efectivamente num lugar estranho. Já o era antes, é-o cada vez mais. As pessoas estão desligadas do que é importante, muito embora sintam que estão ligadas ao que as rodeia. Trabalho, casa, família e amigos. Mas será essa ligação real? Será que os elos estão lá ou apenas existem na nossa cabeça para conferir à nossa existência algum sentido, sentido esse que existe apenas na superficialidade da existência humana, naquilo que é suposto ela consistir.

Em algum momento da nossa vida, por medo, por egocentrismo, por crenças ou pressão social, simplesmente abdicamos da essência das coisas no sentido de as possuir. Desaprendemos a usa-las em nosso proveito para sermos escravos delas. Lutamos e lutamos por uma vida melhor mas, no fundo, apenas vamos apertando as amarras. Perdemos tempo, perdemos liberdade, perdemos amor, perdemos humanidade. Tornamos-nos máquinas de masturbação acéfalas, guiadas por um único objectivo, o de enriquecer aos olhos dos outros. Ser valorizado pelo que se tem e não pelo que se é, poderá bem ser o maior engodo de todos os tempos. E pior, nós caímos nele! E continuamos a cair.

Não desisto de tentar perceber porque continuamos a cometer os mesmos erros repetidamente! Olho à minha volta e tudo parece preenchido mas, no fundo, tudo não passa de lixo à espera de ser levado por uma enxurrada.
Foi imposta uma ordem natural neste Mundo e foi-nos garantido que aqueles que tentarem subverte-la não se irão dar bem. Para tal foram criadas as mais variadas formas de intimidação, desde guerras, droga, a fome, as doenças, o terrorismo e tantas outras calamidades. Tudo para nos manter na linha, para nos manter subjugados em prol de um bem maior, sobre o qual me parece um desperdício estar a opinar.

“As nossas vidas, as nossas escolhas, cada encontro, sugerem uma nova direcção possível”. Bastaria parar para pensar nisso. Mesmo que tenhamos dúvidas sobre o caminho a seguir, pensar que as nossas vidas não nos pertencem, senti-lo e aceitá-lo, iria reduzir a carga sobre o rumo que damos à nossa existência. Acredito que estamos ligados a outras vidas, passadas ou presentes, mas acima de tudo, estamos ligados a tudo à nossa volta por um elo invisível de energia, e, por cada erro, por cada falha, por cada acto de generosidade ou de amor, determinamos o nosso futuro. Aquilo que somos quando nascemos está inevitavelmente definido. Aquilo que somos quando morremos somos nós que o determinamos. Nascimento-Vida-Morte. Custa assim tanto não foder tudo neste pequeno espaço de tempo? Falta amor, falta coragem, falta esperança. Falta, acima de tudo, humanidade...

Neste momento sinto que o meu filho me alertou (melhor, relembrou) para algo mais importante que qualquer preocupação ou problema que tenha. Alertou-me para o facto de, em algum momento da nossa vida neste planeta, esquecermos o que é verdadeiramente importante, esquecermos que o maior objectivo de uma vida é manter a nossa essência, aquilo que verdadeiramente deveria determinar o curso das nossas vidas.
Acredito que exista outro mundo esperando por nós, um mundo melhor. E encontrarei alguns de vocês lá, felizmente não a todos!

Estamos aqui de passagem e, tudo o que eu quero agora, é voltar a casa.
We will meet again :)

2 comentários:

  1. Escreve João. Escreve quando estas confuso, quando estás sóbrio, quando estás bem, quando estás mal, quando estas lúcido ou quando não estas.
    Tens de escrever. Porque quando escreves mudas o sentido das coisas, mexes com a cabeça de quem lê e alteras a perspectiva. Nem sempre o teu fio condutor é fácil ou correcto, mas tu és uma das pessoas que, por ser tão válida, faz sentido em qualquer forma.
    Que o teu mundo continue a coincidir com o mundo daqueles que amas e que o lugar que te espera, seja onde precisas estar para te encontrar.
    Kisses
    MG

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