sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A CERTEZA DO (IN)CONTROLÁVEL

imagem da net

Controlo:

1. Vigilância, exame minucioso.
2. Inspecção, fiscalização, comprovação.
3. Lugar onde se faz a verificação de alguma coisa.
4. Domínio.
5. Acto de dirigir um serviço orientando-o do modo mais conveniente.

Esse inevitável sentimento de conforto e segurança. É incontornável afirmar que nos sentimos sempre melhor quando temos tudo sob o nosso controlo. Quando sentimos que nada nos é alheio, que conseguimos antecipar reacções, acontecimentos e mesmo sensações graças ao conhecimento intrínseco de tudo o que nos rodeia.

Claro que muitas vezes essa necessidade de controlo acaba por nos fazer mais mal que bem. Porque ao longo da vida começam a fazer parte do nosso mundo tantas coisas que começa a ser difícil gerir tudo mantendo a serenidade e a constância. A pressão aumenta e habitualmente passamos para o estágio seguinte, o de manipulador.

Apesar de serem conceitos distintos eles coincidem muitas vezes. Como é inevitável que haja coisas que não controlamos ou que simplesmente em algum momento perdemos o controlo, a tentação de manipular para recuperar o controlo é imensa. E se o fazemos com algo que é realmente importante para nós o mais certo é estraga-lo.

Mexer com o curso natural das coisas, na esmagadora maioria das vezes, não dá bom resultado. The butterfly effect. Demore o tempo que demorar haverá consequências. E mesmo que sejamos bem sucedidos a controlar alguma coisa, qualquer coisa, qual será na realidade o valor que isso acrescenta à nossa vida? Sinceramente, se sentirmos que acrescenta algo de verdadeiramente valioso é porque algo deve estar muito errado.

Há coisas que nunca conseguiremos controlar e cada vez mais sinto que essas são as melhores coisas da vida. Aquelas que não prendemos nem sufocamos. Aquelas que libertamos para serem o que foram feitas para ser. As que, por não poderem ser controladas, são as que melhor representam a beleza das coisas. Sentir segurança por saber que não conseguimos controlar tudo. Aceitar isso. Entende-lo.

De qualquer forma a pergunta dos milhões é: será que não percebo sempre as coisas tarde demais?

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